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Neurotoxicidade

Um estudo (Cattani 2014) demonstra que o Roundup® induz excitotoxicidade glutamatérgica por diminuição da captação do glutamato, redução do seu metabolismo nas células neuronais e aumento da sua libertação na fenda sináptica, que levam ao influxo de cálcio pelos canais de cálcio dependentes da voltagem do tipo L (L-VDCC) através da ativação dos recetores NMDA no hipocampo de ratinhos imaturos.

 

Relativamente ao metabolismo do glutamato, o Roundup® inibiu a atividade de enzimas intervenientes no mesmo: a glutamina sintetase, a aspartato aminotransferase e a alanina aminotransferase.

 

Verfificou-se também uma diminuição da quantidade glutationa e um consequente aumento da lipoperoxidação no sistema nervoso central.

 

Deste modo, a neurotoxicidade do Roundup® envolve excitotoxicidade glutamatérgicadeficiências energéticas danos oxidativos que culminam na morte celular. [1]

Mecanismo proposto subjacente à neurotoxicidade induzida pelo Roundup®. O stresse oxidativo e a morte celular são desencadeados pelo influxo de cálcio pelos canais L-VDCC através da ativação dos recetores NMDA.

Os astrócitos removem o glutamato da fenda sináptica e metabolizam-no a glutamina, um precursor do glutamato. A excitotoxicidade glutamatérgica é devida à redução da captação e redução do metabolismo do glutamato nos astrócitos, associada ao aumento da libertação na fenda sináptica.

O sistema nervoso central é altamente vulnerável ao dano provocado por radicais livres devido ao seu metabolismo oxidativo elevado e conteúdo enriquecido em lípidos insaturados. Neste contexto, e tendo em conta todos os mecanismos de toxicidade acima descritos, a exposição ocupacional aguda ou crónica a pesticidas provoca dano oxidativo e aumenta o risco de incidência de doenças como o Parkinson e Alzheimer, podendo também acelerar a neurodegeneração associada à idade. [1]

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De acordo com um estudo recente (Samsel 2016), o glifosato atua como um análogo da glicina, sendo incorporado nos péptidos durante a síntese proteica. Consequentemente, a estrutura e função de proteínas fundamentais ao metabolismo e a processos regulatórios são alteradas. Segundo os autores, este processo está relacionado com várias doenças, incluindo a diabetes, obesidade, asma, Alzheimer, Parkinson, Esclerose Lateral Amiotrófica, entre outras. [2]

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