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 Impacto Ambiental 

Destino ambiental do Glifosato:

Uma vez aplicado, o glifosato pode sofrer mineralização, imobilização ou lixiviação, não sofrendo, no entanto, volatilização significativa devido a ter uma pressão de vapor baixa.

Mineralização:

É o principal mecanismo de degradação deste herbicida. Levada a cabo pelos microorganismos residentes nos solos, resulta na degradação do glifosato em AMPA, glicina e sarcosina. O AMPA é o principal produto da degradação do glifosato, e é posteriormente degradado em metilamina e fosfato, sendo ainda depois degradado em CO2 e NH3. 

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Algumas propriedades dos solos que podem acelerar a velocidade de mineralização são:

  • Elevado pH do solo;

  • Elevado conteúdo em Fosfatos;

  • Baixo conteúdo em Cobre e Ferro.

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Estes fatores promovem a atividade metabólica de microorganismos, levando à metabolização do glifosato.

Imobilização e Lixiviação:

O glifosato tem um elevado coeficiente de adsorção, sendo rapidamente imobilizado no solo geralmente. Fatores que contribuem para a sua imobilização são:

  • Baixo pH do solo;

  • Elevada conteúdo em matéria orgânica (pois o glifosato adsorve ao carbono orgânico);

  • Elevado conteúdo em argila;

  • Elevado conteúdo em Alumínio e Ferro;

  • Baixo conteúdo em Fosfatos.

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Pelo contrário, solos que não apresentem estas condições estão mais suscetíveis a sofrer perdas de glifosato e AMPA principalmente por perda da capacidade de adsorção e aumento da lixiviação.

 

A lixiviação do glifosato e consequentemente contaminação das águas são preocupações crescentes. Dado que o glifosato não está aprovado para controlo de ervas na água, deduz-se que a grande maioria do glifosato detetado em água potável e águas de superfície se deve a processos de lixiviação. Já os níveis de AMPA, como ele é também metabolito do acessulfame, podem em parte dever-se ao consumo pela população deste adoçante, porém estudos [5] mostram que os níveis detetados de AMPA em amostras de água estão fortemente correlacionados com os de glifosato, sugerindo que a origem mais provável do AMPA seja a metabolização do glifosato e não do acessulfame.

 

É importante também referir que a legislação mundial varia muito quanto aos níveis aceitáveis de glifosato na água potável, sendo a nível europeu, como se pode ver pela tabela abaixo representada, que existe um controlo mais rigoroso dos limites máximos de resíduos (LMR) de glifosato na água potável.

Variação dos LMR do glifosato em diferentes regiões do mundo

Outro aspeto não tão positivo acerca do glifosato é que ele se liga fortemente a alguns nutrientes do solo (como iões bivalentes como o Ca2+ e o Mg2+ por exemplo), reduzindo a disponibilidade destes. No entanto, como a concentração dos solos em nutrientes é muito superior à concentração de glifosato, mesmo com doses elevadas de glifosato a redução de disponibilidade de nutrientes para o solo não é significativa.

Saiba mais sobre o impacto ambiental:
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